segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

COISAS DE PINHEIRO

Quem ainda se lembra do saudoso Wilson Marinho.
Seu Wilson Marinho era comerciante e tinha uma fazendinha num povoado de Pinheiro.
Certo dia, seu vaqueiro chegou a ele e convidou-o para ser padrinho de seu filho que estava prestes a nascer.
Pedido feito, pedido aceito.
Daí a dois meses, o vaqueiro volta e lhe diz:
--- Cumpade, Remundinho, seu afilhado, nasceu!
--- Ah! Que bom, Juvêncio! Disse seu Wilson.
--- Cumpade Uíço, assim ele pronunciava o nome de seu Wilson, seu afilhado é esperto demais. O menino quase nascia falando.
--- Falando? Como assim, Juvêncio?
--- Cumpade, eu fui saindo de casa, esse menino fez uma embaralhada na fala, eu não entendi nada. Mas a mãe dele compreendeu tudo que ele falou.
--- Mas Juvêncio, criança de dois meses já fala?
--- Cumpade, é como eu lhe disse! Eu não entendi nada. Mas a mãe dele, que não reda pé de perto dele, compreendeu.
--- O que o menino disse, Juvêncio?
--- A mãe dele soletrou tudo que ele falou: "É pro senhor mandar dois litro de criosene, quilo e meio de açúcar, um pacote de café, dois pacotes de leite e um pedaço de fumo - rolé.
--- Juvêncio, esse meu afilhado é muito inteligente! Mas avisa pra ele que café e fumo-rolé não é coisa pra criança.

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