Ah quantas
saudades dessa Pinheiro bucólica....Pinheiro onde se comprava carne enfiada na
embira. Pirulito era num palito. O
menino gritava: “Olha o pirulito, enfiado num palito...quem quiser dê um
grito.... Os meninos vendedores de peixes traziam fresquinhos numa bacia de
alumínio. Os espertos pegavam a bacia e levavam para dentro de casa , nesta
ida, ficavam alguns peixes. A água era de pote ou tina, friinha que doía nos
dentes.
Era
"chic" ir ao cinema, no Cine Teatro Pinheirense, e exibir-se com a
namorada. Sentar na porta da rua às 18h30 min, para ouvir o Serviço de Auto
Falantes A Voz Paroquial, na inconfundível voz do locutor Hidelbrando Castro.
Desfilar dia 7 de setembro, pelo Colégio Pinheirense, antes levantando pela
madrugada para correr em torno da cidade.
Tempo do
comercio da Organização Comercial Albino Paiva, Edgar Barbosa Cordeiro, Os
Gonçalves, Casas Pernambucanas. Se necessitasse de um cachimbo de barro, o
destino era as Casas de João Saninho ou João Baldo. Local onde eram encontradas
mercadorias difíceis, banhas de qualquer tipo de silvestres, ervas medicinais e acessórios de
barro.
Ir ao
Aeroporto Salgado Filho, ver os aviões decolarem e pousarem, observar os
passageiros chegarem com caras novas e
dar uma paquerada, principalmente quando se tratavam dos passageiros da
Paraense ou da Real, aviões grandes que traziam muita gente, vindas da
Amazônia, com escala obrigatória em nossa cidade. Aproveitar o voo e ir até São
Luís; fazer compras e passar um aviso para família pelo Correios do Interior
(internet da época).
Tempo que
calçava-se chamatós de troncos de paparaubas e chinelos de solas cruas
fabricados por Zé Pedro Amengol. Calça de linho Braspérola e Tropical Maracanã,
depois chegou o Nycron para os poucos alfaiates trabalharem por nossa moda.
Levantar 02
(duas) horas da madrugada para comprar carne no Mercado Manoel Tucura, marcando
o lugar com pedras e chamatós, enfrentando a pouca distinção dos magarefes, com
minimas chances de ser atendido.
Ir a uma
festa no Casino Pinheirense. Dançar agarradinho um bolero orquestrado, com a
cabeleira brilhosa de pomada e Creme Trim, perfumado com Rastro.Tempo de batom
Toll-On, sabor morango da Avom. A moda feminina era calça “cocota” e para os
homens, “boca de sino” duas cores de
grifes “Tremendão” e “Calhambeque”. Camisas
“volta ao mundo”. Os vestidos” tomara - que – caia”, e blusas de
elastex. Os tênis eram “Conga e Basqueteira”, quem praticava esportes tinha que
ter um “Suporte Big” com selo do macaco Gorila, para aguentar o balanço e dar
elegância ao atleta.
Pinheiro do
tempo dos picolés e da sinuca do Bar do Paulo Castro, ponto de reunião dos
jovens; do Jogo de Bicho do Honorato, dos jogos familiares de dominó e dama.
Pinheiro,
onde se lia o Jornal Cidade de Pinheiro, toda semana, entregue em nossas casas;
onde se tinha a melhor Biblioteca do Maranhão, Rotary Club, IBGE, Maternidade
fundada por um grupo de senhoras pinheirenses, criação de um colégio fundado e
mantido por estudantes de Pinheiro.
Houve época
boa de se frequentar e comer na
Churrascaria de Magro Velho, e a Carne de Sol deliciosa do Arnaldo. Dar uma
paquerada no Bar Porto Solidão, onde a cerveja sempre era
dividida com o proprietário . Música boa
era no Elis Bar, em homenagem a cantora, abrigo da juventude intelectual. Boate
Shallako, abrigo de muitos casais, testemunha de namoros e casamentos de várias
gerações. Boate Imperial, frequência com discrição e respeito.
Aventura era
sair com Zé Genésio, fazendo serestas com radiola a pilha, para nossas
namoradas, por vezes blindados, pelos pais das moças, com uma “pinicada” de
urina vencida, guardada para este fim.
Pinheiro do
Carnaval de mascaras, da disputa acirrada das Escolas de Samba Obelisco e
Senzala. Lembranças dos Clubes carnavalescos populares: Bigurrilho, Luís de
Senhora, e tantos outros que marcaram os nossos carnavais.
Nesta
cidade, vivemos um tempo de tão pouca violência que a gente nem ouvia falar...
Tempo bom, de lembranças gostosas…Pinheiro lugar especial, feliz de se viver
com toda intensidade.
O Espaço
fica aberto para quem lembrar de maiores e melhores fatos, compartilhar.
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