Militante do DEM desde quando ainda era UDN, passando por Arena, PDS e PFL, o prefeito de Cedral, Jadson Passinho Gonçalves, decidiu lançar sua candidatura ao Governo do Estado, por não concordar que o seu partido continue “servindo apenas de muleta para outras legendas”. Ele diz que, apesar das tentativas de alguns segmentos da imprensa e dos institutos de pesquisa, de querer polarizar a disputa entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), pode surpreender e levar o partido a ocupar novamente o Palácio dos Leões.
Jadson Gonçalves, que está no quinto mandato de prefeito, diz que não pode ser apontado como responsável por qualquer atrapalho, se houver, nas negociações dos democratas com os comunistas liderados pelo governador, pois quando seu nome foi posto como pré-candidato não havia, ou pelo menos não estava externada, a aproximação entre DEM e PCdoB. De qualquer forma, garante que não criará nenhum tipo de problema se os dirigentes da legenda optarem por outra via e preferir não ter candidatura própria.
De acordo com o prefeito, quando seu nome foi lançado, o presidente da executiva estadual, deputado federal Juscelino Filho, concordou e isto foi ratificado no diretório nacional pelo senador Agripino Maia, da Paraíba, que viu com simpatia o surgimento de um nome para levantar a bandeira do Democratas no estado.
Na última pesquisa sobre intenções de voto divulgada pelo Instituto Escutec, em dezembro, Jadson aparece, quando a pergunta é induzida, com 2,4% da preferência do eleitorado, e diz que este percentual poderia ter sido bem maior se no universo pesquisado fossem incluídos mais municípios da Baixada e do Litoral Ocidental, em vez de apenas Cedral, Mirinzal e Pinheiro.
O prefeito entende que, ainda que alguns achem este percentual pequeno, o fato de ter pontuado, mesmo não tendo os mesmos espaços na mídia de outros pretendentes ao Palácio dos Leões, mostra que o DEM possui quadros para disputar a eleição em pé de igualdade com outras candidaturas. A última vez que o partido elegeu um governador foi em 2002, com José Reinaldo Tavares, mas este, depois do rompimento com o Grupo Sarney, migrou para o PSB.
Antes de José Reinaldo, já no período de eleições diretas, foram eleitos Luiz Rocha, em 1982, e Edison Lobão, em 1990, porém, de Pedro Neiva de Santana, em 1970, a João Castelo, em 1979, quando as eleições eram indiretas, todos os governadores do Maranhão foram da Arena e do PDS, partidos que são a origem do DEM.
Indagado obre que prioridades teria para desenvolver o Maranhão, Jadson diz que “cuidar dos mais pobres, abrir oportunidade para quem deseja trabalhar e explorar o potencial econômico e turístico que o estado tem”. Segundo ele, é assim que adminstra Cedral, um dos municípios com bons índices sociais, educação de alto nível e que gera oportunidades a todos.
Jadson diz que desde 1965, quando José Sarney se candidatou e venceu a eleição para governador, nunca mais se pensou num projeto de desenvolvimento para o Maranhão, ou seja, os governadores vêm se alternado numa mesmice de favorecer grupos e fazer obras pontuais e não estruturantes.
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