Em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (23), na sede do Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA), a instituição mediou debate entre a Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e alunos da graduação de Medicina do campus Pinheiro sobre a falta de condições para o bom funcionamento do curso. Na ocasião, foram discutidos aspectos como a precária infraestrutura dos espaços destinados às atividades do curso, insuficiência de aulas práticas e de professores especialistas em determinadas áreas de medicina e alteração do plano pedagógico da graduação, problemas que, segundo os estudantes, prejudicariam a formação acadêmica.
A mesa, presidida pela Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Talita de Oliveira, pelo procurador-chefe da Procuradoria da República no Maranhão, Juraci Guimarães Júnior, e pelo procurador da República Alexandre Silva Soares, foi composta pela reitora da Universidade Federal do Maranhão, Nair Portela Silva Coutinho, pela pró-reitora de Ensino da Ufma, Dourivan Câmara de Jesus, pelo presidente do Conselho Regional de Medicina no Maranhão (CRM-MA), Abdon José Murad Neto, por representante do Centro Acadêmico de Medicina Pericumã, Yago Galvão Viana, e pelo defensor público federal Yuri Michael Pereira Costa.
De acordo com o procurador-chefe, o MPF/MA busca uma solução a partir do diálogo entre os envolvidos, pois a alternativa judicial não permitiria a solução imediata do problema dos alunos, que precisam de uma resposta efetiva em um curto espaço de tempo.
Para a procuradora Talita de Oliveira, “A audiência pública foi convocada com o intuito de subsidiar a atuação do Ministério Público Federal no âmbito do Inquérito Civil, mais especificamente identificar atuações possíveis, extraprocessuais ou processuais, destinadas a evitar ou reduzir, definitiva ou temporariamente, os transtornos e lesões a direitos experimentados pelos alunos do curso de Medicina do Campus de Pinheiro/MA da Universidade Federal do Maranhão – UFMA,” disse.
Encaminhamentos – Ao final da audiência, foram dados os seguintes encaminhamentos: a Ufma se comprometeu a, em até 15 dias, avaliar junto aos colegiados competentes da instituição a possibilidade de realizar, em situação emergencial e temporária, a transferência do 4º ao 7º período do curso de Medicina do campus Pinheiro para São Luís, destacando-se, de antemão, que a Universidade não teria condições de arcar com as despesas pessoais dos alunos. A proposta será discutida com o colegiado do curso e conselhos pertinentes, com a participação de representantes dos estudantes, dos pais dos estudantes e do corpo docente do Campus de Pinheiro. Por terem condições de permanecer funcionando em Pinheiro, os três primeiros períodos deverão iniciar na data prevista de 29 de maio de 2017, com a prévia adequação, por parte da UFMA, da Semana Padrão (calendário de aulas semanais).
A Ufma também vai verificar a disponibilidade de salas no campus São Luís no período noturno, que, conforme reportado por alunos, conta com salas vazias no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) e no prédio do curso de Odontologia. A instituição vai estudar, ainda, a possibilidade de as aulas práticas em São Luís serem ministradas por professores de Pinheiro.
A procuradora Talita de Oliveira, o defensor público federal Yuri Costa e o presidente do CRM-MA se comprometeram a visitar o campus da Ufma em Pinheiro para verificar a situação do curso.
Os alunos de Medicina em Pinheiro concordaram com o início das aulas para os períodos 1, 2 e 3 na data prevista se a Semana Padrão for reorganizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário